sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Frase de Efeito III

Descrever-se é limitar-se.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Utilidade Pública

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Cotidiano

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Frase de efeito II

Realmente, é hora de fugir. Estamos sentados sentindo o suor saindo de cada poro. O cheiro nos convence de que é hora de partir porém a névoa que se forma ali é um tanto assustadora. Envolvendo-nos como fantasmas, não é difícil entender sua missão. Nos hipnotizar, enlouquecer, surtar, cegar. As folhas secas no chão nos limitam a dizer que deve ser outono, porém, de que adianta estações do ano se o que nos resta é apenas o esgoto?

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Don't tell Théo

Théo era um menino esperto. Apesar de ter seus inocentes 12 anos conseguia entender os sermões de sua mãe de um modo que só o tornaria mais inteligente e forte para o que estava por vir. O que estava por vir era uma tragédia, uma catástrofe generalizada em sua vida. Era o fim do ano de 1999 e o Bug do Milênio não saia das manchetes de todos os jornais que ele conseguia ler escondido do pai. Seu pai, muito conservador, tentava evitar que Théo ficasse sabendo da tristeza que era o mundo, evitava que o menino lesse jornal. Mal sabia ele que na Internet o garoto via aquilo, e muito, muito mais. A Internet havia se tornado parte integrante da personalidade daquele garoto, suas idéias eram todas virtuais e seu vocabulário cheio de "jargões" como "ficar offline", "deletar algo" ou "surfar na web". Como já foi dito, estava chegando o Bug do Milênio e isso o deixava maluco.

Lendas e teorias foram espalhadas por todos em relação às verdadeiras consequências desse evento. Até hoje poucas pessoas sabem exatamente do que se tratou tal fenômeno. Não vem ao caso explicá-lo nesse momento, basta dizer que a mudança dos anos 1900 para 2000 fariam com que algumas máquinas de computadores não conseguissem alterar suas datas de tal maneira que grandes empresas totalmente dependentes de computadores teriam prejuízos seríssimos. A Internet comum, que se usa em casa não seria afetada, entretanto só a possibilidade de algo acontecer com seu Windows 98 já o deixava totalmente paranóico. Théo poderia estar jogando bola ou brincando na rua. Mas ainda assim preferia passar o tempo em chats do UOL.

Théo sabia que a vida real existia, era um garoto perspicaz, ele sabia que por mais fácil que seja a vida virtual, a real era bem mais legal. Ele adorava espiar seu vizinho pela janela do quarto. Via o rapaz que parecia ser mais velho, 18 anos talvez, ele era um tanto sozinho, em seu quarto fechado e cheio de pôsteres do Red Hot Chilli Peppers. Théo achava divertido observá-lo, e teve uma brilhante idéia, ele usaria seu computador para digitar o dia-a-dia do vizinho. Para isso ele precisava de um nome fictício. Pensou muito bem em vários nomes e decidiu dá-lo o nome do personagem de um filme que ele tanto gostava. Pronto, seu vizinho agora era Edward, de Edward Mãos-de-tesoura. Quanto mais observava Edward, mais Théo se sentia intímo e intrigado com as coisas que deveriam passar na vida do colega desconhecido. O garoto imaginava que Edward também estivesse transtornado com o Bug do Milênio, afinal essa história chegou ao ponto de envolver até o fim do mundo. Você já deve imaginar o quanto Edward sofria, sua idade, aquele momento da vida de qualquer um não é fácil, mas não conte ao Théo sobre isso. Não assuste o garoto.

Théo começou sua jornada escrevendo tudo o que via e fazendo suas inocentes observações de 12 anos de experiência sobre seu novo companheiro de não-fazer-nada:

"Olá, estou observando Edward há alguns minutos, ele acabou de desligar o telefone e parece estar um pouco transtornado..."


CONTINUA...

Frase de efeito I

Estamos tomando uma dura. Precisamos nos purificar... parar de atender os telefones e pensar em novas desculpas para deixar o prédio. Precisamos avançar... claro que há outras distrações, como sentar no jardim com sua espingarda calibre 12, ver grandes orquestras executando barulhos com baterias eletrônicas, encomendar ternos novos, cachorrinhos, barcos, cerveja, síntese modular, lego, malha fina, aquecimento global e o fim da vida como a conhecemos, trânsito, surdez, ser louco, ser normal. Qualquer coisa.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Parênteses para desabafo

DE CARA COM O MUNDO

Mesmo vendo todo tipo de coisa acontecendo comigo faço de tudo para engolir goela abaixo. Sou tolerante e capaz de desculpar até quem me fez o pior mas às vezes fica dificil até de pensar. Sinceramente? Cansei! Cansei da mesmice em que me encontro. Cansei de ser o bonzinho que entende todo mundo. Gosto de ser assim e vou tentar ser até o fim da vida, mas tá difícil. Vou dormir e explodo meus ouvidos com o iPod no talo até adormecer, assim consigo não pensar em tanta coisa que me assombra e me faz tanto mal. Cansei.
Cansei das pessoas que sorriem de um jeito que parece que têm ganchos fazendo o maior esforço para deixar os dentes à mostra.
Cansei dos tipinhos que se acham lindos e maravilhosos, com milhares de fotos no orkut que enganam bastante mas no fundo são mais vazios que cidade infectada em filmes de terror.
Cansei de querer achar que no mundo ainda existem pessoas que têm ideais e os seguem firmemente, sem magoar os outros com mentiras disfarçadas ou desculpas esfarrapadas.
Cansei! Demorei 17 anos pra perceber que não existe NINGUÉM em que posso apostar todas as minhas fichas. Ninguém que saiba que tenho sentimentos. Eu tenho sim e um deles é medo disso tudo afinal o conto de fadas em que vivia desmoronou para nunca mais se reerguido. Tô de cara com o mundo. Revoltado, putíssimo mesmo. Vontade de quebrar tudo.
Tô com vontade de cantar bem alto Cazuza: "Sua piscina está cheia de ratos, suas idéias não correspondem aos fatos, O TEMPO NÃO PÁRA".
Tenho que pedir a Deus para que os poucos amigos que tenho um dia me entendam. Não quero piedade nem dó pra cima de mim, cansei de ser visto como o meninosofridoquenaotemoquefazeretemproblemasnacabeça.
Mas tudo bem, vou continuar empurrando minha vidinha com a barriga. Posso até não ser ouvido, pode ser que ninguém leia isso, mas faço questão de deixar registrado.
Em breve voltaremos com a programação normal.
Beijosvaisefuder.



Ministério da Saúde adverte: Pior do que enganar os outros, é a enganar a si mesmo.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Internet Holiday

Será que eu consigo?

Em breve, texto sobre abstinência virtual. X)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Em meio a tantas inutilidades virtuais, eis que surge algo em que vale a pena clicar: Hogarth Press.


Hogarth Press é a escrita inciante, iniciativa, indicativa, incitante, excitante, incorporada ao dia-a-dia de pessoas que estão lá, a marcar a tela do seu computador com personalidade. Cada linha, cada verso, cada frase e parágrafo são como espelhos a refletirem-os. Eis que a despir-los das vestes do recalcalmento, desnudos faz-se a ação da intransigência, e o que aqui se faz exigência é a de não se exigir.


À procura de pessoas que tenham o que dizer, e dizendo de si, dos outros, do mundo possam extravasar de tal forma que Hogarth Press tenha a sua, a minha, a nossa identidade. E em busca de várias identidades, a Hogarth Press quer se fazer presente, quer gritar, berrar letras, palavras e opiniões, quer ter várias verdades e facetas. Entre e se divirta. Mergulhe em cada um de nós, não somos mudos, temos vida em nossa escrita, e em nossa língua um labirinto.



http://www.hogarthpress.org/

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Wonderland I

Eu não sei se isso só acontece comigo ou se todo mundo tem a mesma sensação. Quando eu sento na frente do PC e fico online parece que entro em outro mundo onde o céu é sempre coberto por bytes, os caminhos são trilhados por links, os encontros são repletos de "posso te add?" e as conversas são assombradas por emoticons. Quase uma Alice no País das Maravilhas! Por falar nesse romance, quem se lembra do Chapeleiro Maluco? Ele brigou com o tempo, e por isso acha que toda hora são 6hrs!

Ah, me identifico tanto com ele, sabe o por quê? Na Internet parece que o tempo não passa, não tem céu que fica escuro, não têm pássaros que disparam a piar, nem mãe que berra para ir dormir. E talvez por isso e vários outros pequeninos motivos que a Web tem se tornado quase um lar para mim e para tantos outros nerds solitários que poderiam até sair para balada, beber até cair, beijar qualquer boca que aparecer, mas preferem ficar aqui.

Escrever um texto, bater papo no MSN com quem eu gosto, ler notícia, fuçar no orkut, tudo isso me preenche! Sou feliz assim... Sou? Será que sou?

Droga, deixa eu matar essa Rainha de Copas que vem me encher de novo. Deixa eu ser feliz? PORRA! ;)
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-Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
-Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
-Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
-Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.
(Lewis Carroll -Alice no País das Maravilhas)